Saúde laboral: como ser saudável no local de trabalho

Saúde e Bem-estar

A saúde laboral depende muito das condições dadas pela sua empresa, mas todos podem fazer algo por um ambiente de trabalho mais saudável. Saiba como.

Quando se fala em saúde laboral, pensa-se sobretudo em acidentes de trabalho. No entanto, esta é apenas uma pequena parte do que, hoje em dia, se designa também como saúde ocupacional. Um conceito que abrange não só a prevenção de acidentes, mas também a forma como as empresas promovem hábitos saudáveis no local de trabalho e na própria comunidade.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de dois milhões de pessoas morrem todos os anos em consequência de acidentes de trabalho e de doenças ou lesões relacionadas com o trabalho. 

Além disso, a sinistralidade laboral é, também, responsável por dias de trabalho perdido. Há ainda a considerar as doenças profissionais e o facto de, segundo a OMS, 8% das doenças relacionadas com a depressão terem como origem riscos ocupacionais.

 

O que é a saúde laboral?

Para a OMS, saúde é “um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não meramente a ausência de doença”. 

Nesta perspetiva, será que o seu local de trabalho é saudável? A ausência de acidentes ou doenças profissionais não significa que não exista doença e nem só as profissões mais arriscadas põem em causa a saúde.

Assim, e de acordo com as recomendações da OMS – adotadas em Portugal através do Programa Nacional de Saúde Ocupacional, promovido pela Direção-Geral da Saúde (DGS), a saúde laboral assenta sobre quatro bases: 

  • Questões de segurança e saúde no ambiente físico de trabalho; 
  • Questões de segurança, saúde e bem-estar no ambiente psicossocial de trabalho, incluindo a organização do trabalho e cultura da organização; 
  • Recursos para a saúde pessoal no ambiente de trabalho; 
  • Envolvimento da empresa na comunidade para melhorar a saúde dos trabalhadores, de suas famílias e outros membros da comunidade.

     

Ambiente físico de trabalho

É a parte mais visível e abrange desde o risco por manuseamento de produtos químicos até às cadeiras e secretárias usadas nos escritórios ou nas salas de reuniões.

Assim, as ameaças à saúde laboral podem chegar dos ruídos ou radiações mas também, por exemplo, da falta de condições sanitárias adequadas, da execução de tarefas repetitivas ou de questões relacionadas com a condução de veículos.  

Ou seja, qualquer que seja a profissão desempenhada ou a atividade da empresa, há sempre riscos para a saúde laboral causados pelo ambiente físico. 

 

Ambiente psicossocial de trabalho 

As questões relacionadas com o ambiente psicossocial podem não ser tão visíveis ou mensuráveis, mas as consequências são igualmente gravosas.

Neste caso, os perigos para a saúde laboral advêm da cultura organizacional da empresa, mas também de atitudes, valores ou práticas que podem afetar o bem-estar mental e físico dos trabalhadores. 

É o caso, por exemplo, de empresas em que a pressão pela obtenção de resultados ou o excesso de horas de trabalho levam ao burnout ou, em casos limite, ao suicídio. 

O assédio ou discriminação no local de trabalho incluem-se também nesta categoria e têm consequências igualmente graves para a saúde mental das vítimas.

 

Recursos para a saúde pessoal

Estes recursos dizem respeito à forma como, direta ou indiretamente, as empresas apoiam a adoção de hábitos saudáveis por parte dos seus colaboradores.

Se pensar que pelo menos um terço do seu dia é passado no local de trabalho, facilmente percebe que grande parte do seu estilo de vida é ditado pela sua profissão ou empresa. 

O papel das empresas reflete-se, por exemplo, no número de intervalos permitidos, nas refeições que disponibiliza, na existência, ou não, de locais onde possa ser guardada fruta ou comida saudável e, até, se permite que se fume nas suas instalações.  

Mas refere-se, também, à atenção que é dada à saúde mental ou à flexibilidade com que permite ausências para consultas médicas e exames de rotina.

 

Envolvimento da empresa na comunidade

São, no fundo, todas as práticas que a empresa promove não só tendo em vista a saúde dos seus colaboradores e das suas famílias, mas também das comunidades onde se insere.

Estas práticas vão desde o controlo de emissões poluentes até ao apoio, através da adoção de políticas de responsabilidade social, de ações como apoio a provas desportivas, rastreios, etc. 

 

Como posso ter boa saúde laboral? 

Ser saudável no seu local de trabalho depende, como se viu, da forma como a sua empresa lida com as questões abordadas, mas há muito que depende de si.

A saúde laboral pode começar, por exemplo, com a prevenção de acidentes o que implica, desde logo, o respeito pelas normas de Higiene e Segurança no Trabalho que estão definidas na sua empresa. 

Pequenos gestos como lavar as mãos, usar as ferramentas certas, não manusear equipamentos que desconhece nem conduzir veículos sem que esteja legalmente habilitado são apenas alguns conselhos básicos.

Alimentar-se corretamente e manter sempre os níveis de hidratação adequados são bons hábitos não só para a sua vida em geral, mas também para a saúde laboral.

Os cuidados a ter aplicam-se também a quem tem trabalhos mais sedentários. Fazer intervalos regularmente, sentar-se corretamente e procurar que a luz seja adequada às tarefas que desempenha ajudam a evitar problemas nas costas ou na visão. 

E mesmo que o seu corpo não corra riscos físicos, esteja atento aos níveis de stress e ao excesso de trabalho.  

Recorrendo aos serviços de Medicina no Trabalho da sua empresa, ao seu seguro de saúde ou ao Serviço Nacional de Saúde, faça exames regularmente e não falte às consultas de rotina. Só sendo saudável conseguirá ser saudável no trabalho. 

 

Como agir em caso de acidente de trabalho

Por muitas precauções que tenha e por mais protegido que possa estar no seu local de trabalho, por vezes os acidentes acontecem e, nesse caso, deve agir imediatamente, dando conhecimento desse facto aos seus superiores ou aos Recursos Humanos. 

Segundo a lei, a empresa é obrigada a fazer a participação não só à seguradora, mas também à ACT (Autoridade para as Condições do Trabalho).

Essa comunicação deve ser feita no prazo de 24 horas após a empresa ter tido conhecimento do acidente e é fundamental para que possa beneficiar dos tratamentos e indemnizações contratualizados entre o seu empregador e a seguradora.  

A participação a estas entidades, além de obrigatória, vai ajudar a melhorar a segurança no local de trabalho. Uma vez que também tem fins estatísticos, ajuda a ter uma ideia mais concreta dos números relativos à sinistralidade laboral. 

Fontes (consultadas a 9 de fevereiro de 2010): DGS, World Health Organization.

 

É importante ter em conta que esta informação é apenas de caráter geral. Não constitui conselho pessoal ou recomendação para nenhuma pessoa ou empresa sobre nenhum produto ou serviço. Consulte a documentação da apólice para conhecer as condições da cobertura.